Saúde mental.

Nós vivemos num mundo, cheio de correrias, problemas, alegrias, trabalhos, dores de cabeça, enfim… O ser humano está acostumado com o movimento do dia a dia, mas não está acostumado a perder.

Independente de Alzheimer e outras doenças que aparecem com o tempo, uma coisa é certa: o cérebro de todo mundo vai envelhecer e sofrer pelo menos um pouco com isso.

O que inclui, claro, a memória. “A partir dos 35 anos, nossa velocidade de processamento diminui, então algumas pessoas podem perceber já por volta dessa idade os primeiros sinais de esquecimento ou demora para se lembrar de alguma informação”, aponta Eduardo Mutarelli, neurologista e coordenador do Núcleo de Neurociência do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo….

A boa notícia é que esse processo pode ser adiado e até revertido em certa medida. O segredo parece estar em manter a mente ativa e estimulada. “O que acreditamos hoje é que, se usarmos táticas que desafiem a capacidade de resposta do cérebro, conseguimos deixá-lo mais ágil para se adaptar a essas alterações do envelhecimento”… –

Faça yoga ou medite…

Um estudo recente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein revelou que fazer yoga regularmente pode preservar áreas do cérebro relacionadas à memória.

O trabalho analisou 42 idosas com os mesmo hábitos e condições de saúde e viu que, entre as adeptas, o córtex pré-frontal era mais espesso.  

“Essa é uma região nobre, relacionada a funções como a memória de trabalho, que guarda informações importantes em um curto espaço de tempo”, comenta Rui Afonso, pesquisador da instituição e autor principal da pesquisa.  

As mulheres estudadas praticavam o hatha-yoga, modalidade que inclui também exercícios de respiração e meditação, há oito anos, pelo menos duas vezes por semana…

Mexa-se...

É uma das melhores maneiras de não sucumbir aos apagões. “A atividade física está associada a formação de novos neurônios e a uma melhora da resposta cardiovascular, o que também é importante para o cérebro, que depende do bom fluxo sanguíneo”, destaca Scavone. Além disso, o exercício regular pode aumentar o volume do hipocampo, área que armazena e processa as memórias. “As atividades aeróbicas, como correr e nadar, parecem ser as mais benéficas neste sentido, mas é interessante combiná-las também com exercícios de resistência, como pilates e musculação”, orienta o neurocientista Pedro Calabrez, pesquisador do Instituto de Neurociências Aplicadas da Universidade Federal de São Paulo…

Malhe a mente…

Ela não pode ficar de fora da rotina de exercícios. Vale palavras cruzadas, sudoku, xadrez e outros jogos que provoquem o intelecto, incluindo o videogame. “Mas se você já está habituado a alguma dessas atividades, busque outras. Preservamos o cérebro por mais tempo quando somos confrontados constantemente com novos desafios”, explica Calabrez….

Nunca pare de aprender…

Quando aprendemos algo, novas conexões se formam entre os neurônios e a memória é exercitada como nunca, afinal de contas, precisamos ouvir, processar e armazenar informações inéditas. Por isso, não importa tanto o que se vai estudar, desde que seja algo diferente do que você já viu ou sabe, e que esse estímulo seja constante. Pelo mesmo motivo, a leitura é outro hábito indispensável….

Enriqueça o cardápio…

A lista de ingredientes benéficos é longa, mas merece destaque a dieta mediterrânea, uma das principais aliadas do cérebro.

“Ela inclui azeite, grãos, legumes e verduras, mas principalmente prioriza o peixe ao invés da carne vermelha”, elenca Mutarelli. O consumo regular de peixe, cerca de três vezes por semana, dá para o corpo um bom aporte de ômega 3, gordura do bem que é amiga da memória.

Um estudo realizado pela Universidade de Alberta mostrou que, quando essa substância está presente em quantidade suficiente no cérebro, as células do hipocampo se comunicam melhor. …

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