Conheça os principais tratamentos para a doença
Hoje você irá descobrir quais são os principais tratamentos disponíveis para a doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência. Demência é o nome que se dá para um conjunto de sintomas, incluindo perda de memória, dificuldades de raciocínio e de resolução de problemas, problemas comportamentais, de linguagem e até mesmo motores, sendo o último mais comum em fases mais graves da doença. 1
A doença de Alzheimer afeta o cérebro e faz com que ele diminua significativamente de tamanho conforme progride, o que de fato afeta as mais diversas funções cerebrais. É uma doença degenerativa e que não tem cura. Apesar disso, existem diversos tratamentos disponíveis que visam retardar a progressão do problema a fim de proporcionar ao portador e seus cuidadores mais qualidade de vida. No decorrer do artigo, falaremos sobre os benefícios dos seguintes tratamentos para o Alzheimer:
- Medicamentos;
- Psicoterapia;
- Terapia Ocupacional;
- Fisioterapia
- Terapia Cognitiva Comportamental
Alzheimer: tratamentos medicamentosos
A administração de medicamentos específicos é de fato um dos tratamentos indispensáveis para a doença de Alzheimer. A terapia medicamentosa têm como objetivo desacelerar a progressão da doença, diminuir os sintomas cognitivos causados por esse tipo de demência, como perda de memória e confusão mental e melhorar os sintomas comportamentais e psicológicos, como distúrbios do sono, agitação, alucinações e delírios, por exemplo.2
Vale lembrar que a administração desses medicamentos só pode ser feita com a orientação de um médico neurologista ou geriatra. Esses são os especialistas mais capacitados para avaliar os sintomas e orientar o tratamento mais adequado para cada caso. Também é importante ter em mente que a pessoa com Alzheimer pode não conseguir se lembrar de tomar as medicações por conta própria. Por isso, é importante que essa pessoa tenha uma rede de apoio que auxilie e garanta que as medicações sejam tomadas corretamente, pensando em estratégias que ajudem a pessoa a ter controle sobre as doses e a frequência em que são tomadas, evitando, inclusive, que ela administre a mesma dose mais de uma vez por ter se esquecido que já o fez.
Terapias para a doença de Alzheimer
Como dissemos no início do artigo, não são só os medicamentos que são capazes de ajudar a pessoa com Alzheimer a viver com mais qualidade de vida. É claro que eles são indispensáveis, e nenhuma terapia substitui a necessidade deles. Mas a verdade é que existem diversas terapias que podem ser aliadas dos pacientes e suas famílias, melhorando e muito a saúde mental e física do paciente.
Psicoterapia
Após o diagnóstico inicial, é altamente recomendado o acompanhamento de um psicólogo especializado. Este é certamente um dos tratamentos mais significativos para o paciente com Alzheimer, pois a terapia o auxilia a lidar com sintomas de depressão, agitação e ansiedade — problemas que muitas vezes são causados pela doença. Além disso, a psicoterapia também é eficaz para minimizar problemas cognitivos como delírios, por exemplo.
A depressão ocorre em até 40% dos pacientes com Alzheimer, sendo de fato um dos problemas psicológicos mais comuns que acompanham a doença. Pensando nisso, fica mais fácil entender o papel do psicólogo na qualidade de vida do paciente. À medida que o Alzheimer progride, no entanto, a psicoterapia se torna menos útil. Isso porque, com o declínio cognitivo, a capacidade de expressar sentimentos pode ser perdida.
Mas, os cuidadores podem continuar a se beneficiar do trabalho de um psicólogo. Ainda que o foco do artigo são as formas de ajudar o paciente, vale lembrar que para cuidar do outro, o cuidador também precisa de cuidado. O papel do cuidador é importante, e muitas vezes, exaustivo. Então, fazer psicoterapia também é muito importante para os cuidadores da pessoa com Alzheimer
Terapia Ocupacional
Os profissionais da terapia ocupacional também ajudam as pessoas com a doença de Alzheimer e seus cuidadores de diversas formas. Eles podem auxiliar na adaptação do ambiente e a encontrar formas de incluir o paciente nas atividades do dia a dia de forma segura e eficiente. O principal objetivo é reabilitar essas pessoas para que elas tenham mais autonomia e qualidade de vida.
O ideal é que haja participação ativa dos cuidadores, que podem fazer parte do processo compartilhando informações sobre o dia a dia para que o terapeuta possa instruir, incentivar e recomendar exercícios e mudanças que tornem mais fáceis a execução de tarefas de forma mais independente. Isso pode ser feito através da criação e modificação de rotinas e da implementação de equipamentos adaptativos, quando necessário.
Além disso, o terapeuta ocupacional também pode determinar se a pessoa responde melhor a certos tipos de atividades e implementar outras estratégias de comunicação para trabalhar com o paciente e os cuidadores. De fato, tanto o paciente quanto os familiares e cuidadores se beneficiam do trabalho do terapeuta ocupacional. Isso porque, à medida que o paciente progride e recupera parte de sua independência, ele tende a ter melhoras significativas em várias áreas, como a satisfação pessoal e saúde mental, e toda essa possibilidade de melhora certamente reduz a sobrecarga do cuidador, resultando em mais qualidade de vida para todos.
Fisioterapia
A fisioterapia é mais um dos tratamentos para o Alzheimer que tem o papel surpreendente de melhorar os sintomas da doença, bem como retardar a sua progressão. O fisioterapeuta é um especialista que pode ajudar a minimizar limitações motoras e a estabelecer um programa de exercícios que mantenha a pessoa com Alzheimer em movimento. A atividade física é uma das formas mais eficazes de melhorar a saúde do cérebro, e é por isso que a progressão da doença desacelera. Além disso, as atividades físicas regulares orientadas por um profissional qualificado ao longo dos estágios da doença de Alzheimer melhoram áreas como:
- Equilíbrio;
- Fluxo de sangue para o cérebro;
- Resistência;
- Flexibilidade;
- Força muscular.
A fisioterapia também ajuda a minimizar problemas comportamentais como a agressividade. O terapeuta aplica movimentos e alongamentos que liberam neurotransmissores que acalmam o cérebro, e esses exercícios podem ser ensinados ao cuidador para que ele aplique as práticas em casa, por exemplo. Um estudo descobriu que pessoas com Alzheimer que fizeram fisioterapia regularmente por um período de 2 anos tiveram menos hospitalizações relacionadas a problemas comportamentais.
Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento de Alzheimer.
O que é a estimulação cognitiva?
O Alzheimer configura-se como uma patologia neurodegenerativa, o que significa que promove a degeneração progressiva dos neurônios. A doença está associada à idade, atingindo 10% dos idosos acima dos 65 anos e 40% das pessoas com mais de 80 anos. Entre os principais sintomas estão perda de memória progressiva, dificuldade de aprendizado e tomar decisões, mudanças de humor e alterações nas habilidades visuais e espaciais.1
A degeneração característica do Alzheimer prejudica as funções cognitivas da pessoa.1 De modo direto, a cognição consiste na capacidade que o ser humano tem de adquirir conhecimento, bem como desenvolver as suas emoções, o que ocorre por meio do raciocínio, linguagem e memória.
Diante das consequências causadas pela doença surge a necessidade de utilizar estratégias de estímulo cognitivo que retardem o seu avanço. As atividades de estimulação cognitiva nada mais são do que exercícios que ajudam o paciente a ter uma vida mais próxima possível da autonomia, por tempo determinado.
Em se tratando de estratégias que estimulam as funções cognitivas, fazem parte dessa categoria todas as atividades que de algum modo estimulam o funcionamento do cérebro e, consequentemente, de suas capacidades, como memória, atenção, raciocínio lógico, percepção e sensação.
Para que você entenda a importância da estimulação cognitiva especificamente para pessoa com Alzheimer, antes é necessário entender como funciona a doença. Isso porque, ela é dividida em quatro fases. São elas:
- pré-demência: quando os sintomas são sutis e são associados apenas ao envelhecimento da pessoa;
- estágio inicial: quando os sintomas se agravam, fazendo com que o paciente tenha dificuldades para falar e se orientar no tempo e espaço;
- estágio intermediário: quando o idoso esquece até mesmo de fatos marcantes e perde a sua autonomia para fazer atividades rotineiras, como a sua higiene pessoal;
- Estágio avançado: quando a pessoa tem perda grave de memória, não reconhece familiares, nem se alimenta sozinha.
Apesar de ser uma doença que não tem cura e que, inevitavelmente, se agrava com o passar do tempo, é possível retardar a evolução do Alzheimer. E é esse o papel das atividades de estimulação cognitiva, uma vez que visam promover a manutenção das funções cerebrais que até então estão preservadas.3
Ao ajudar o idoso a criar novas memórias ou lembrar de coisas corriqueiras do seu dia, por exemplo, pode-se permitir que ele tenha maior qualidade de vida e seja integrado ao ambiente do qual faz parte. Afinal, ele terá mais facilidade para interagir com entes queridos ou simplesmente para escovar os seus dentes e realizar demais tarefas básicas.
Atividades de estimulação cognitiva para pessoas com Alzheimer
Combinadas com o tratamento medicamentoso, as atividades de estimulação cognitiva para idosos são indispensáveis para potencializar as suas funções cerebrais e compensar as dificuldades apresentadas. Elas ajudam a evitar que a deterioração do intelecto do paciente ocorra rapidamente, deixando o paciente totalmente incapacitado. Veja, a seguir, algumas das principais atividades que o cuidador pode praticar com quem tem Alzheimer.
1. Peça ajuda para tarefas da cozinha
É importante ressaltar que a atividade escolhida deve estar de acordo com o estágio da enfermidade em que o idoso se encontra. Caso a pessoa ainda enxergue bem, você pode chamá-la para escolher o feijão, por exemplo, que é uma tarefa bastante simples, mas que requer que ela mantenha a atenção para selecionar os grãos sadios.
Para aqueles pacientes que estão na fase inicial do Alzheimer, a sugestão é estimulá-los a fazer cálculos simples. Peça que o idoso conte quantas pessoas vão se sentar à mesa para fazer uma determinada refeição e, a partir daí, separe o número de talheres para todos. Independentemente da atividade, é necessário prezar pela segurança do idoso, ficando de olho para que não se corte, se queime no fogão ou carregue objetos pesados.
2. Espalhe fotografias pela casa
As fotografias capturam não só momentos, mas também lembranças afetivas. Por isso, elas são ótimas ferramentas para trabalhar com as pessoas com Alzheimer, devendo ser espalhadas pela casa a partir de álbuns e porta-retratos. O ideal é que as imagens sejam colocadas nos ambientes que o idoso mais fica, como no seu quarto e na sala.
Selecione as fotografias de momentos marcantes, como casamentos, aniversários e viagens. O cuidador deve sentar-se com o paciente e fazer elogios às fotos, falar sobre as suas recordações daqueles momentos e perguntar o que ele se lembra, como o que estava acontecendo, quais eram as características do lugar, entre outras coisas.
A finalidade desse exercício é ajudar a pessoa e reviver os acontecimentos registrados nas fotografias, estimulando a sua capacidade de memória. Quanto mais as imagens mostrarem momentos de felicidade e pessoas amadas, mais recordações poderão despertar.
3. Fixe um calendário no quarto do paciente
Conforme a doença vai evoluindo, o idoso vai apresentando mais dificuldade para se localizar no tempo.4 Assim, uma boa ideia é fixar um calendário grande no quarto e deixá-lo bem visível, como na porta, o que o auxilia a se localizar no espaço-temporal.
Todo o dia pela manhã, peça para que o paciente faça um círculo na data que corresponde ao dia que vocês estão. Quando ele for dormir, peça novamente para que faça um ‘’X’’ dentro do círculo, a fim de marcar que aquele dia acabou. Caso a pessoa tenha dúvidas sobre qual dia é, você poderá levá-la até o calendário para que relembre a data certa.
4. Nomeie os objetos
Escrever o nome do objeto em um papel e colar em sua superfície é uma dica bastante funcional para que a pessoa se lembre das funções das coisas. Pode-se fazer isso com a escova de cabelo, escova de dente, televisão, ar-condicionado, entre outros objetos que o idoso usa com frequência em sua rotina.
Quando estiver por perto do paciente você pode pegar a escova de cabelo, por exemplo, e perguntar ‘’Como é o nome disso?’’ ‘’Você acredita que não estou conseguindo me lembrar agora?’’ ‘’Para que ele pode ser utilizado mesmo?’’. Procure fazer as perguntas de uma forma natural e bem-humorada para que o idoso não se sinta testado, o que pode irritá-lo.
Quanto antes a estimulação cognitiva for iniciada, mais facilidade ele terá para preservar o seu intelecto. Sendo assim, é recomendado que ela seja realizada desde o diagnóstico positivo para o Alzheimer. A aplicação desses estímulos contribui para estabilizar ou melhorar o quadro clínico do paciente, contribuindo para que ele se mantenha funcional.5
É preciso dizer que as atividades de estimulação devem ser feitas juntas ao tratamento medicamentoso e reabilitação, que são prescritos pelo médico responsável pelo paciente. Elas são um recurso adicional para que a pessoa viva com mais qualidade.3
Outra questão importante é que nós não precisamos esperar a idade chegar para estimular o nosso cérebro, na verdade, ele deve ser estimulado ao longo de toda a vida para evitar desafios na terceira idade.
Viver com Alzheimer é um desafio tanto para o paciente quanto para a sua família. Porém, existem alternativas de tratamento que, apesar das dificuldades enfrentadas, colaboram para que o idoso tenha uma vida digna e repleta de amor. Lembre-se Alzheimer se trata.
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