Entenda o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), também conhecido como Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) ou, em inglês, como ADD ou ADHD, é um transtorno neurobiológico complexo e de origem genética que se manifesta na infância e, frequentemente, persiste ao longo da vida adulta.
Segundo a ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH se caracteriza por três grupos principais de sintomas: desatenção, inquietude e impulsividade.
O TDAH em Diferentes Fases da Vida
Na Infância e Adolescência
O TDAH é prevalente em até 8% da população infantil e interfere diretamente no desempenho escolar e nas relações sociais:
- Desatenção: As crianças são frequentemente descritas como “avoadas” ou “vivendo no mundo da lua”.
- Inquietude/Hiperatividade: Caracterizadas por terem “bicho carpinteiro” ou estarem “ligadas por um motor”, não conseguindo ficar paradas por muito tempo.
- Impulsividade: Podem apresentar problemas de comportamento, como dificuldades em seguir regras e limites.
- Diferença entre Gêneros: Meninos tendem a manifestar mais sintomas de hiperatividade e impulsividade do que meninas, mas a desatenção é comum a ambos.
Na Vida Adulta
Em adultos, a prevalência é menor, cerca de 2,5% (DSM-5), e a manifestação dos sintomas se adapta às demandas do cotidiano e do trabalho:
- Desatenção e Memória: Problemas de desatenção para atividades diárias e laborais, além de serem muito esquecidos.
- Inquietude: São inquietos, parecendo relaxar apenas durante o sono, e vivem mudando de uma coisa para outra.
- Impulsividade: Demonstram impulsividade, agindo sem pensar (“colocam os carros na frente dos bois”).
- Dificuldade de Autocontrole: Têm dificuldade em avaliar o próprio comportamento e o impacto que ele tem sobre os outros, sendo por vezes considerados “egoístas”.
- Problemas Associados: Alta frequência de problemas associados, como ansiedade, depressão e maior risco para o uso de álcool e drogas.
As Causas Neurobiológicas do TDAH
Estudos científicos em todo o mundo têm demonstrado que o TDAH não é resultado de fatores culturais, da forma como os pais educam os filhos ou de conflitos psicológicos, mas sim de alterações no funcionamento cerebral.
1. Alterações Cerebrais: Portadores de TDAH apresentam alterações na região frontal do cérebro e nas suas conexões com o restante do órgão. A região frontal orbital é vital para:
- Inibição do comportamento (controle de atitudes inadequadas).
- Capacidade de prestar atenção.
- Memória.
- Autocontrole, organização e planejamento.
2. Neurotransmissores: O que parece estar alterado nessa região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que são responsáveis por passar a informação entre os neurônios. Os principais neurotransmissores envolvidos são a dopamina e a noradrenalina.
O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, com uma prevalência consistente globalmente, sendo mais comum em pessoas do sexo masculino na fase adulta. O reconhecimento e o tratamento adequado são essenciais para ajudar o indivíduo a gerenciar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
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CRT: 53078 – RQH-C 19064/SP
